sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Brunocos entrevista: Sérgio Britto

foto: Silmara Ciuffa (Divulgação)

Compositor, vocalista, tecladista e também baixista dos Titãs, Sérgio Britto acaba de lançar seu quarto disco solo, intitulado PURABOSSANOVA. O disco, produzido por Emerson Villani e Guilherme Gê, conta com 12 faixas e participações especiais de Rita Lee, Alaíde Costa, Marcela Mangabeira, Luiz Melodia, Roberta Sá, a cantora argentina Eugênia Brusa, além do violonista uruguaio Toto Mendez.
Na entrevista, Britto fala sobre o novo trabalho, as parcerias, os shows, e os próximos passos dos Titãs. Confira!


Você tá lançando o seu novo disco solo, chamado PURABOSSANOVA. Ouvindo o disco entende-se o título, mas o que o levou batizá-lo com esse nome?
O título e capa, a meu ver, devem representar a música que está no disco. Foi esse o pensamento. Essa "PURABOSSANOVA" do título do disco não é "pura". É a minha Bossa Nova, a minha maneira de fazer Bossa Nova.


Achei bem interessante a capa do disco. Qual é o conceito?
Para mim parece uma pintura abstrata, um jogo de cores e formas. Fora isso, sugere o ambiente de praia e sol com tons mais leves. São as cores que representam o Brasil, só que esmaecidas.

Capa do disco 

Rita Lee é a convidada na faixa-título e participa também do videoclipe da música. Como rolou esse convite? Você já tinha o desejo de gravar com ela? 
Fiz o convite pela internet, através do Roberto de Carvalho, que é meu amigo no facebook. Os Titãs já tinham gravado com a Rita Lee no Acústico dela, e ela também tinha participado do nosso. Minha admiração por ela é irrestrita, não imaginei que ela fosse aceitar o convite, até por que ela anda meio reclusa. Mas não conseguia imaginar ninguém mais adequado que ela pra dividir os vocais dessa canção comigo. Fiquei muito feliz com o resultado.


Além da Rita, o disco conta com outras participações especiais, como Alaíde Costa e Luiz Melodia. Qual é a importância dessas participações e como define essas parcerias?
Sempre penso em dois aspectos quando faço os convites. Um puramente musical e outro afetivo. Quando imagino os arranjos, as vozes e interpretações também fazem parte desse processo. Sempre procuro participações que musicalmente acrescentem ao arranjo. Obviamente convido pessoas que admiro e gosto. Há também um um "efeito colateral" muito bem vindo, dessa maneira consigo despertar a atenção para o meu trabalho de pessoas que não fazem parte do meu público, que ainda é basicamente o dos Titãs.

As composições são todas recentes ou você aproveitou alguma antiga?
São todas recentes.

Sérgio Britto e Rita Lee

Você está fazendo alguns shows de lançamento do disco. Pretende circular esse show pelo Brasil?
Gostaria muito de percorrer o Brasil com esse show, mas não será fácil. O problema é o de sempre: custos e a agenda dos Titãs.

O que esperar no repertório desse show?
É uma mistura do PURABOSSANOVA e do SP55 (disco anterior). Toco também algumas composições minhas que fazem parte do repertório dos Titãs, tais como Go Back, Epitáfio, Nem 5 minutos guardados e Diversão. De quebra fazemos um arranjo de Garota de Ipanema que gosto muito.

Vamos falar um pouco de Titãs. Vocês estão com um show focado em canções inéditas. Fale um pouco sobre esse show.
Tocamos 10 músicas inéditas que talvez venham a fazer parte do disco que vamos gravar no começo de 2014.

Como você sente o público recebendo essas músicas “desconhecidas”??
Com curiosidade e atenção.

Sobre a produção do novo disco da banda, pode adiantar algo? Já estão trabalhando nele? Tem previsão de lançamento?
Estamos trabalhando há um bom tempo, mas ainda falta coisa… Nada é definitivo até a hora da gravação.

Para o Sérgio Britto, a vida é... (?)
Uma festa! Rs… Ou, melhor dizendo, às vezes até parece uma.



sábado, 23 de março de 2013

Brunocos entrevista: Clemente Nascimento

Clemente Tadeu Nascimento é considerado um dos pioneiros do punk rock brasileiro.
Em 1981 formou a banda Inocentes, na ativa até hoje. Em paralelo toca guitarra e canta na banda Plebe Rude. Também é apresentador e diretor artístico do programa Showlivre.com.
Confira a entrevista com Clemente - The punk man!


Qual foi a sua maior influência do cenário punk?
Cara, na verdade minhas maiores influências vem do pré-punk: Iggy Pop e os Stooges, MC5, Antônio Bivar, Douglas Viscaíno do Restos de Nada, sei lá, quando o punk chegou eu já estava pronto, mas a influência dos amigos da Vila Carolina foi determinante.

O disco Miséria e Fome (1983), teve 10, das 13 músicas, censuradas. Como foi enfrentar isso logo no primeiro trabalho?
Na verdade nossa reação foi normal. Vivíamos a ditadura militar e isso fazia parte. Seria engraçado se não censurassem nenhuma, a gente teria alguma coisa errada né? Uma banda punk sem nenhuma letra censurada pelo governo militar, seria uma anomalia, rsrsrs. Na verdade censuraram todas, eu dei um "jeitinho" nas letras e conseguimos liberar três, aí lançamos um compacto triplo.

Em 1986, os Inocentes assinaram com a Warner. Como surgiu esse contrato com uma das maiores gravadoras do país?
Nessa época já estávamos fora da cena punk mais radical. Resolvemos seguir um caminho independente. Foi assim com todo mundo, o pessoal do Ratos de Porão foi tocar com o pessoal do Metal, nós fomos pro Rock Paulista, o Cólera deu um tempo e o Redson montou o Rosa Luxemburgo, ou seja, ninguém queria tocar pra aqueles caras que só queria saber de treta e briga de gangue, tanto é que o movimento deu uma arrefecida até vir uma geração que está preocupada com música e atitude.

O início dos anos 90 foi um período turbulento para o rock brasileiro. Como você encarou essa época?
Essa época foi horrível, cheia de bandas covers, ninguém queria saber das bandas da década de 80, aí surgiu uma cena nova calcada na MTV. Fomos voltar a ter sintonia no meio da década de 90, quando a banda chegou a essa formação que dura até hoje: Nonô na Batera, Anselmo Monstro no baixo, Ronaldo na guitarra e eu, aí conseguimos uma unidade sonora e de ideias novamente e os shows ficaram porrada e os discos também.

Falando um pouco sobre o cenário musical hoje no Brasil, como você vê o rock?
Acho que o rock vai bem, nunca se produziu tanto e com tanta qualidade. O problema é que não temos uma industria alternativa como lá fora, que faça com que as bandas consigam sobreviver sendo independentes, salvo algumas exceções, acho que é o detalhe que falta. Eu não me incomodo com as bandas que estão no mainstream, pois essas bandas sempre foram ruins, não sei porque se reclama tanto rsrsrsrs


Clemente em show da Plebe Rude no festival Lollapalooza 2012
















Atualmente você toca com os Inocentes e também com a Plebe Rude. Como aconteceu sua entrada na Plebe?
Cara, foi uma coisa super espontânea. O convite partiu do Philippe (Seabra). Fomos tocar no Kazebre, era um tributo ao Clash inventado pelo Mingau do Ultraje. Fazia uns 20 anos que não tocávamos juntos, bateu uma vibe legal e ele resolveu me convidar, e como eu gosto da Plebe fui na hora.

E os projetos pro futuro?
Nesse momento estamos terminando o novo trabalho do Inocentes um EP com 4 músicas para sair até maio ou junho. A Plebe também está preparando material novo, vai ser porradaria no final de ano rsrsrs.

Da sua discografia, qual é o disco mais representativo pra você?
Eu gosto muito do Adeus Carne que é de 1987 e saiu pela Warner, e o Embalado a Vácuo de 2000. São dois discos muito bons. Na verdade gosto de todos pois cada um representa um momento na minha vida, mas se é para escolher um ou dois...

O que você deixa aí pra moçada que quer viver de música?
DESISTAM!!! Hahaha! Brincadeira, tem que fazer o que está afim de fazer sem se preocupar com mercado e coisa e tal, pois quando se preocupa muito com isso a qualidade das músicas vai pro saco.

Pra terminar: Para o Clemente, a vida é... (?)
A vida é uma piada, de mau gosto, mas é uma piada, tem coisas que não dá pra acreditar, mas é isso "Vida Longa e Morte Súbita!"

Valeu Clemente. Como fã, me sinto honrado por esta entrevista. Sucesso a você. Abraço!
Vamos nessa! Eu é que agradeço pelo espaço. Abraços!


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Brunocos entrevista: João Barone (Paralamas)

João Alberto Barone Reis e Silva nasceu no dia 5 de agosto de 1962, no Rio de Janeiro.
É baterista dos Paralamas do Sucesso, com Bi Ribeiro e Herbert Vianna. Torcedor fanático do Fluminense. Considerado um dos melhores bateristas do Brasil, senão o melhor. Como diz Herbert Vianna: "As baquetas mais velozes da América Latina".
Com vocês: João Barone


Em que momento da sua vida você pensou em ser músico? E porque escolheu tocar bateria?
Foi um desses relances de criança, meu irmão estava ensaiando com sua banda de escola na garagem lá de casa, em '1970 e poucos'. Eu já gostava de rock, especialmente Beatles, aí na hora do lanche, subi na bateria e toquei a batida de Ticket to Ride, do filme Help… daí pra ser reconhecido como baterista na minha escola, foi um pulo. Levei anos até conseguir uma bateria velha que o diretor da escola local me autorizou usar, reformada com peles de couro natural mesmo, era uma beleza! Ainda não tinha nem tocado junto com outros amigos que tinham guitarra e baixo, mas em pouco tempo conseguimos dar umas canjas no intervalo da banda de baile, nos shows para os universitários no clube local, era na Universidade Rural, zona Oeste do Rio, onde morei até conhecer Bi e Herbert, naquela antológica ocasião do festival de música, que todos conhecem a história…

Quais foram suas maiores influências?
Cresci num ambiente mais ou menos assim: ouvia Beatles direto. Ringo, Ringo e Ringo. Mas depois vieram Bonham, ouvia muito Jethro Tull, que tinha um baterista muito bom (Clive Bunker), Aqualung ouvi até furar. Mas sempre ouvia muito jazz tradicional e gostava muito do Take Five, Joe Morello... era um show. Meu pai tinha discos de sambas do bom: Cartola, Clementina, Moreira da Silva, Vinícius. Na rádio, tinha um programa chamado 60 minutos de musica contemporânea, na JB AM, era apresentado pelo Sérgio Chapellin. Tocava tudo do rock novo, especialmente, progressivo: Yes, Premiatta Forneria Marconi, Genesis, Focus, Emerson Lake and Palmer, etc. Tinha o programa do Big Boy também, era Beatles e muita música negra legal, James Brown e funk original do bom. Via muito na tv o Zimbo Trio tocando nos programas do Flávio Cavalcanti, Airton e Lolita… (risos). Depois ouvia muito Jovem Guarda, Os Incríveis, Caetano, Gil, na fase dos festivais, e Mutantes, claro. Quando veio a fase dos clips, tinha um programa, Som Pop, que era da Tv Cultura de São Paulo, que passava na TV educativa do Rio nos domingos de tarde, no fim dos anos 70. Era a melhor coisa que tinha na tv para se atualizar quanto ao rock. Foi aí que vi o Police e tudo mudou. Mas meus amigos na época nem curtiam muito, estávamos numa ressaca sentimental com a morte do Lennon. Então conheci Bi e Herbert em 81, só começamos a tocar mesmo no final de 82…

O primeiro baterista dos Paralamas foi o Vital, que não durou muito. Como você acabou entrando pra banda?
Vital era um baterista-amigo da turma do fundo do pré-vestibular do Bi e Herbert. Tocou pouco tempo com eles e estava na hora em que Bi inventou o nome da banda. Eles tinham uma meia dúzia de amigos que funcionavam de "platéia", micro-público, para os ensaios na Vovó Ondina (avó do Bi), no apê dela em Copacabana. Mas eles nunca se apresentaram em público, era tudo uma brincadeira. Até o dia em que a gente se conheceu, em 81, no tal festival de música na Universidade Rural, onde o Bi cursava Zootecnia e eu, biologia. Ele inscreveu algumas música, entre elas, Vital e sua moto, mas não foram escolhidas. Ele insistiu e conseguiu que a banda se apresentasse "hors concours" (fora da competição), mas o Vital não apareceu, o Herbert chegou para a apresentação sem ele. Um amigo meu que era amigo do Bi foi na minha casa me chamar pra tocar com eles. Ficamos conversando antes de subir no palco. Foi muito divertido, as músicas eram "rockinhos" simples, tinha uma chamada Mandingas de amor, dois amigos do Bi - Naldo e Ronel- cantavam (risos). O Herbert só estraçalhava na guitarra. Quebrou umas três cordas na hora, tivemos que parar na segunda música, o pessoal esperando o resultado da dupla de violão e voz que ganhou o festival… um caos! Mas gostaram dos Paralamas! (risos)

Você participou de um período riquíssimo pra cultura brasileira, que foi a década de 80. O que essa geração significou pra você e como era estar nesse meio?
Nós estávamos muito dentro e muito calouros para ter essa dimensão. Agora podemos ver com um certo distanciamento histórico. Mas não éramos assim tão focados. Nosso ideal era tocar no Western, uma espelunca que tinha aqui no Rio, mandar a demo pra Rádio Fluminense Maldita, depois tocar no Circo Voador, abrindo para o Lulu Santos, que dava a maior força pra gente. Quando conseguimos isso tudo, nem sabíamos para onde ir, até a hora em que assinamos o contrato com a Odeon, no começo de 83. Fizemos prova para carteira de músico na Ordem dos Músicos junto com o Kid Abelha, que conhecemos ali na ocasião. A turma de Brasília, especialmente o Renato Russo, ainda eram ilustres desconhecidos. Queríamos era questionar o modelo vigente dos medalhões da MPB, com suas coberturas em São Conrado e Mercedes brancas que ganhavam das gravadoras. Foi aí que veio a revolução da Blitz, do Circo, do punk paulísta... pegamos uma marola boa nessa época.

Em algumas entrevistas, o Lobão fala sobre uma certa "perseguição musical" dos Paralamas, que vocês sempre o copiavam... Isso faz sentido ou é paranoia dele?
O que ele não fala é que todas as músicas que ele acusa de plágio já tinham sido gravadas por nós antes dele, no começo da banda. Eu adorava Cena de Cinema, Os Ronaldos, depois ele ficou muito desinteressante. Pra plagiar tem que ter coisas boas (risos). Acho que agora que ele virou escritor de sucesso, vai se acalmar. A minha explicação, de quem estava de fora e viu tudo, é que todos os "amigos" da geração dele - Ritchie, Lulu, Evandro Mesquita, Marina entre outros - faziam sucesso e ele não, por isso o recalque. Então devia pensar: "Epa! Esse guri com cara de nerd (Herbert) não pode fazer mais sucesso que eu, não!". Aí escolheu o Herbert pra judas. Mas ele sempre falou que só fala mal de quem ele gosta, haja visto o Caetano, que até fez música pra ele.

Sei que você é apaixonado por tudo que envolve a Segunda Guerra Mundial. De onde vem esse fascínio pelo tema?
Meu pai foi pra guerra. Eu redescobri essa história que era muito comum dentro da minha casa, ampliei e aprofundei o tema. Estou lançando meu segundo livro (1942 - O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida) e produzindo meu segundo documentário (O Caminho dos Heróis) sobre o Brasil na guerra. Adoro o assunto, tenho um núcleo de projetos com meu irmão. Em breve vamos produzir uma mini série. Vai ser top mesmo, como nunca se viu por aqui.

Atualmente os Paralamas estão com a turnê 'Brasil Afora', certo? Vão continuar com esse show em 2013 ou vem coisa nova por aí? Disco novo?
Estamos preparando a turnê dos 30 anos. Vai começar em maio, junho. São trinta anos sem parar. O Toni Platão, meu chapa, costuma dizer: "Vocês tocaram no primeiro Rock in Rio e, de lá pra cá, nunca mais pararam!". É verdade! Nem sentimos o tempo passar. Vamos tentar aprontar algo inédito para a turnê, quem sabe?

Nos Paralamas, como é o processo de criação? Todos participam ou vocês trabalham nas ideias do Herbert?
Herbert é nosso mestre. Atualmente, ajudamos no processo de separar o que ele já escreveu, das músicas que ele já fez. Algumas vezes fazemos alguma coisa juntos. Mas ele escreve tudo. Experimentamos um pouco, gravamos os ensaios e fazemos um "teste do dia seguinte" pra ver se ficou bom. Quando sentimos firmeza, gravamos um álbum.

Como você analisa o mercado musical hoje no Brasil?
Incrível ter artistas que ainda conseguem vender tanto cd. Não tinha morrido o mercado? Ao mesmo tempo, achei muito curioso o Ai se eu te pego no topo das mais baixadas pagas, no iTunes. Estão fazendo questão de comprar música popular, não apenas baixar de graça e trocar arquivo. Bom sinal. Tem espaço para vender música na web, sem atentar contra a liberdade cibernética. Mas o mercado estreitou muito mesmo. Só os muito populares ainda vendem. Pega Seu Jorge, Paula Fernandes… sertanejo, pagode. Olhando assim ao redor, o segmento do rock encolheu, parece que a gente (Os Paralamas) vem de outro planeta. Nossa salvação é saber que muita gente gosta do nosso show, não tem show pirata dos Paralamas, né? (risos)

E o que acha do atual cenário da música? O que lhe agrada dessa nova geração?
Não gostamos de falar do que a gente não gosta. Tem muita coisa boa surgindo na cena do rock, algumas outras que estão aí faz tempo, como o Siba, Lucas Santana, Pitty, que ainda parecem novidade. A produção musical se democratizou muito. Hoje todo mundo grava seu álbum, põe em clip no Youtube, tem muita coisa boa sendo feita.

Seu conselho pra turma que deseja viver de música no nosso país...
Ok, baixou o Danilo Gentili pra quebrar o gelo… Fazer um curso de sobrevivência na selva ajuda! (risos). É bom que se for viver de música, assim a pessoa pode emagrecer sem fazer dieta (risos). Pensando bem, faça uma dupla sertaneja ou entre pra uma banda gospel, isso é certeiro! Mas aí não é música, né?!! (risos). Calma gente, brincadeira! Agora sério, pode parecer piegas, mas apenas siga seu coração. Quem quer viver de música tem que se entregar mesmo. Dinheiro e fama não entram nessa entrega, é apenas sorte. Pode aparecer – ou não - no final do processo. Pensar nisso antes, atrapalha e não leva a lugar nenhum.

Para o João Barone, a vida é... (?)
Uma jornada onde o principal é o caminho, não a chegada.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Brunocos entrevista: Jack Endino


Produtor musical de Seattle (EUA) fortemente associado com a cena grunge. Produziu álbuns de bandas como Mudhoney e Soundgarden. Famoso por produzir o primeiro álbum do Nirvana, Bleach, lançado em 1989. Produziu também o álbum Skunkworks do trabalho solo do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson. Entrou para o hall brasileiro ao assinar a produção do disco Titanomaquia, dos Titãs, em 1993.
Ladies and gentlemen, with you: Jack Endino!


Jack, quando você começou a se interessar por música?

Muito jovem, aos 12 anos.

O que o levou a trabalhar como produtor musical?
Quando criança, eu sempre ouvia música para "desmontá-la" com os meus ouvidos. Eu vi que o produtor tinha muita entrada sobre o som do disco. Parecia um trabalho muito importante. Eu queria fazer.

Você produziu 'Bleach', o primeiro álbum do Nirvana. Como conheceu os garotos?
Eram apenas alguns rapazes que surgiram e queriam fazer um registro...

E como foi a produção desse álbum?
Muito rápido!

Você é adorado por muitos fãs dos Titãs. Produziu grandes álbuns da banda. Como começou e como é sua relação com os Titãs?
O Tony (Bellotto) me ligou em 1993. Ele estava ouvindo um monte de discos que eu estava fazendo em Seattle para o selo Sub Pop. Ele me explicou que os Titãs queria fazer um "disco de rock" de verdade, mas não havia produtores de discos no Brasil que poderia entender o que a banda queria fazer. Eu vim para o Brasil e fizemos o Titanomaquia. Eventualmente, eu fiz mais quatro registros para a banda: Domingo (95), As Dez Mais (99), A Melhor Banda...(2001), e o MTV ao vivo de Floripa (2005). Além disso, fiz duas gravações com o Nando (Reis). Às vezes falo com o Tony e Sérgio (Britto), Charles (Gavin) também, e claro, Nando.


Você gosta de música brasileira? Acompanha o que acontece no Brasil?
Sim, eu gosto, mas não ouço muito nos EUA.


Tem algum projeto em andamento?
The Walking Papers! O baterista é Barrett Martin e o baixista é Duff McKagan (ex Guns N' Roses). Eles são muito, muito bons!

Interessante! Pode falar mais sobre esse trabalho?
É Barrett Martin na bateria, Jefferson Angell nos vocais e guitarra (ele estava em uma banda daqui há alguns anos, chamada "Post-Stardom Depression"), Duff McKagan no baixo, e um camarada chamado Benjamin Anderson nos teclados. Eles lançaram um álbum agora, chamado "Walking Pappers". Eu mixei! E já estamos trabalhando no próximo disco.

Ao longo da sua carreira, qual foi o trabalho mais difícil?

Oh, esta é uma pergunta difícil. Eu poderia citar alguns, mas são bandas que você nunca ouviu falar.

E quais foram os trabalhos que você mais gostou de fazer?
Mark Lanegan; Bruce Dickinson; Teraphy?; Choque Kultur; Titãs e Nando Reis, claro; Nirvana; Mudhoney; High On Fire... É uma pergunta difícil, eu fiz mais de 400 gravações!


Pra fechar... "Para o Jack Endino, a vida é... ?"
The life is good!



sábado, 8 de setembro de 2012

Plebe Ignara - Um documentário com Plebe Rude


A filosofia “faça você mesmo” foi uma das principais características do movimento punk, um princípio de autonomia – fazer música e revolução com os recursos que se tinha. Talvez por isso, o punk tenha sido o movimento musical que não foi absorvido pelo sistema. Pois mesmo os movimentos futuros que surgiram com alguma ideologia punk, como o grunge, tiveram essa absorção do sistema e mídia muito grande, abalando sua identidade.

Mantendo sua filosofia, a banda Plebe Rude encara um projeto interessante. Em agosto eles entraram em estúdio para gravação do seu novo EP de inéditas, provisoriamente ou definitivamente, chamado de Politicamente Daltônico. O nome vem da expressão “Plebe Ignara”, utilizada frequentemente nas crônicas de Sérgio Porto, pseudônimo do escritor Stanislaw Ponte Preta para designar o povo.

A saga começou com a ideia de entrar em estúdio com o grupo, desde o início das gravações, para fazer um documentário, intitulado “Plebe Ignara” (motivos óbvios). As gravações do EP foram feitas no estúdio na casa de Philippe Seabra (guitarrista e vocalista) e a sala de gravação é justamente o local onde se encontrava o quarto de Philippe na adolescência. O clima é perfeito e impossível não criar uma mística no lugar.

Para que gravação do documento fosse possível, ele entrou em um site de financiamento coletivo (catarse). A ideia era que os fãs financiassem o trabalho do artista, sem intermediários. Uma forma democrática de se realizar o projeto, sem amarras nenhuma com acionistas, gravadoras e distribuidores. Uma forma PUNK, seguindo suas filosofias. Livres pra fazerem o trabalho que quiserem e juntos com o seu público provarem que é possível, dialogando fortemente com a máxima do punk: faça você mesmo!

Até quando esperar?

Faça você mesmo!

Façamos juntos!

Página no catarse: http://catr.se/PIR3WY


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Kid Abelha 30 anos



Kid Abelha lança disco comemorativo de 30 anos

Já está disponível no iTunes (http://itunes.apple.com/br/album/multishow-ao-vivo-kid-abelha/id550234177) o álbum Multishow ao vivo – Kid Abelha 30 anos.

O disco, que conta com 19 faixas, foi gravado no Rio de Janeiro, em abril deste ano, e gerou também um DVD, que chega às lojas na primeira semana de setembro. O show também será exibido no Multishow, com um pequeno documentário sobre a carreira da banda. O doc, dirigido por Jodele Larcher, teve como fio condutor os três integrantes da banda: Paula Toller, Bruno Fortunato e George Israel, e amigos como Herbert Vianna, Débora Colker, Liminha, Maria Juça, DJ Meme, entre outros, que ajudam a contar a história.


1- No Seu Lugar
2- Nada Tanto Assim
3- Educação Sentimental II
4- Porque Eu Não Desisto de Você
5- Dizer Não e Dizer Sim
6- Todo Meu Ouro
7- Amanhã é 23
8- Em Noventa e Dois
9- Garotos / Louras Geladas
10- Grand' Hotel
11- Nada Sei (Apnéia)
12- Seu Espião
13- Eu Tive Um Sonho
14- Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor)
15- Fixação (Feat. Marcelinho da Lua)
16- Te Amo Pra Sempre (Feat. Marcelinho da Lua)
17- Como Eu Quero
18- Pintura Íntima (Feat. Ivo Meirelles e Bateria Mangueira)
19- Caso de Verão (O Amorzinho) [Estúdio]